22/07/2009

A Pipa

Um mundo louco, onde todas as pessoas tem o mesmo rosto, o comércio do rosto, o comérico de idéias, de padrões. Talvez alguns rostos mostrem uma nova face, um caminho, uma solução, enquanto estendem as mãos inconstantes pra quem está ali, na parte de baixo, perdendo o ar, perdendo a lucidez, sem ter escadas para subir novamente. Um mundo comercial dividido em outros mundos: o mundo dos que preferem perder o seu próprio eu, esquecer da consciência. O mundo daqueles que mergulham nas suas próprias aparências, e suas conversas sociais, de auto-exibição, que são tão nocivas quanto os meios que os primeiros usam para se drogar. E um terceiro mundo, o daqueles que não querem fazer parte de outros mundos e estão ali, com um bote salva vidas esperando por aqueles que não querem ver a maré subir. Mas mesmo estes, tem os olhos de papel, a cabeça feita de jornal. Além de se formar com as idéias da sociedade, perdem a própria forma quando molhadas... molhadas por aqueles que esquecem do que é família, molhada por aqueles que se esquecem de que o bote flutua pra salvar pessoas, e passa a acreditar que o bote flutua apenas para que quem está afundando os veja sãos e salvos. Tenha no seu coração, sempre a intenção dos três mundos de uma vez! Não esquecer de si mesmo, não se exigir absurdos, não se esquecer do próximo. Porque hoje, você pode estar trancado em uma gaiola junto com rádios gravadores que repetem sempre as mesmas frases burguesas, mas amanhã você pode se comparar à uma pipa. Vermelha, leve, partindo em contraste com o céu azul.
• Escrito em 15/09/08 •

17/07/2009

Oi Barbie! Oi Ken! Quer ir dar uma volta? Claro Ken Suba! Sou uma garota Barbie, Em um mundo de Bárbaro A vida no plástico, é fantástica Você pode escovar meus cabelos Me despir em qualquer lugar Com imaginação, a vida é sua criação Vamos lá Barbie, vamos celebrar Eu sou uma loira assanhada, Num mundo de fantasia Me vista, bem apertado, Eu sou sua bonequinha Você é minha boneca, rock'n'roll Sinta o glamour vestida em cor de rosa Me beija aqui, me toque ali, danadinho Você pode me tocar, pode brincar Se você disser: "Eu sou sempre seu" Vamos lá Barbie, vamos celebrar Me faça caminhar, me faça falar Faça o que bem entender Posso ser como uma estrela, Posso ficar de joelhos e implorar Venha suba, amiga danadinha, Vamos repetir outra vez Vamos para a cidade, curtir, vamos celebrar Você pode me tocar, pode brincar Se você disser: "Eu sou sempre seu" Você pode me tocar, pode brincar Se você disser: "Eu sou sempre seu" Vamos lá Barbie, vamos celebrar Oh, estou me divertindo tanto Bem Barbie, estamos apenas começando Oh, Eu te amo Ken
Barbie - 50 anos influenciando os padrões de beleza e comportamento de garotas em todo o mundo.

16/07/2009

Sete Cidades (Legião Urbana)

Já me acostumei com a tua voz, com teu rosto e teu olhar... Me partiu em dois e procuro agora o que é minha metade. Quando não estás aqui sinto falta de mim mesma! E sinto falta do meu corpo junto ao teu. Meu coração é tão tosco e tão pobre, não sabe ainda os caminhos do mundo. Quando não estás aqui tenho medo de mim mesmo e sinto falta do teu corpo junto ao meu. Vem depressa pra mim, que eu não sei esperar, já fizemos promessas demais... E já me acostumei com a tua voz - quando estou contigo estou em paz! Quando não estás aqui, meu espírito se perde, voa longe...longe.

Abra...

Abra as cortinas hoje, e através da janela,
decifre as cores tingidas pelo sol, lá fora.
Abra o coração hoje, e lendo a alma,
decifre os enigmas de alguém.
Abra os braços hoje, e sorrindo para quem se ama,
ofereça teu abraço.
Abra os olhos hoje, e encarando com serenidade,
doe um bom conselho.
Abra as asas hoje, e respirando lento e fundo,
equilibre-se pelo céu azul.

15/07/2009

As Cores

Ela deixou cair o terço de madeira.
O verdadeiro símbolo, ela carregava dentro dela.
Correu até a porta de saída, e ali, no portal aberto,
respirou fundo o ar quente da manhã. Ele,
havia ficado para trás.
Talvez estivesse no chão, junto ao terço.
Talvez, estivesse sendo descartado,
improvisado,
reutilizado.
Mais esse tipo de conto abstrato já não a interessava mais.
Olhava para o mundo à sua frente, e via cores,
tantas cores,
Tingiam toda a volta, tingiam toda luz,
tingiam os sabores.
Tingiam sua pele, seus cabelos,
e quando nada mais havia para ser tingido,
mudavam todas as cores de uma vez só.
E ela se perguntava:
Se sorria, se chorava,
por que tão diferentes são os seres humanos,
que não podem retribuir simples carícias,
gestos,
demostrações,
sentimentos não transparecidos?
Talvez não entendessem as cores,
ou não liam o que estava escrito.
As cores faziam-na compreender o mundo.
Compreender as belezas e as incertezas,
as dores e as recompensas, de viver uma vida oportuna,
inteira,
plena,
concorrida.
E ali decidiu sua missão:
Puxar todos para o alto, tirando-lhes os pés do chão,
Mostrar a face do mais alto enquanto as voltas do planeta consertam
erros e desabafos.
Assim, se todos soubessem do segredo que agora lhe era sussurrado ao pé do ouvido,
Poderiam todos ultrapassar a porta
e respirar o ar quente da manhã ,
sentindo as cores,
apenas as cores.