15/07/2009

As Cores

Ela deixou cair o terço de madeira.
O verdadeiro símbolo, ela carregava dentro dela.
Correu até a porta de saída, e ali, no portal aberto,
respirou fundo o ar quente da manhã. Ele,
havia ficado para trás.
Talvez estivesse no chão, junto ao terço.
Talvez, estivesse sendo descartado,
improvisado,
reutilizado.
Mais esse tipo de conto abstrato já não a interessava mais.
Olhava para o mundo à sua frente, e via cores,
tantas cores,
Tingiam toda a volta, tingiam toda luz,
tingiam os sabores.
Tingiam sua pele, seus cabelos,
e quando nada mais havia para ser tingido,
mudavam todas as cores de uma vez só.
E ela se perguntava:
Se sorria, se chorava,
por que tão diferentes são os seres humanos,
que não podem retribuir simples carícias,
gestos,
demostrações,
sentimentos não transparecidos?
Talvez não entendessem as cores,
ou não liam o que estava escrito.
As cores faziam-na compreender o mundo.
Compreender as belezas e as incertezas,
as dores e as recompensas, de viver uma vida oportuna,
inteira,
plena,
concorrida.
E ali decidiu sua missão:
Puxar todos para o alto, tirando-lhes os pés do chão,
Mostrar a face do mais alto enquanto as voltas do planeta consertam
erros e desabafos.
Assim, se todos soubessem do segredo que agora lhe era sussurrado ao pé do ouvido,
Poderiam todos ultrapassar a porta
e respirar o ar quente da manhã ,
sentindo as cores,
apenas as cores.

1 comentários:

RznD disse...

apenas as cores...
eu tento mergulhar em um mar de cores todos os dias, senti-las, e respirar aquele ar, que faz de cada dia um dia único =)

texto foda
;D