29/04/2010

Johann Wolfgang von Goethe (Trab. de Filosofia)

Johann Wolfgang von Goethe

Nascido em 1749, Goethe foi pensador, filósofo, escritor, poeta, diretor de teatro (Weimar), jurista, matemático, economista, político e também pesquisador científico (geologia, biologia e botânica – ele sabia tudo sobre o cultivo de rosas, e também escreveu um tratado completo no campo da botânica, denominado “A Metamorfose das Plantas”)

Foi ao mesmo tempo o mais popular e o mais sábio de todos os escritores de língua alemã.

Goethe possuía o hábito de ir até bares para relaxar em seu tempo livre, e como um homem de gosto refinado, pedia sempre uma jarra de vinho tinto e outra de água, para misturar as bebidas e obter assim uma substância mais leve. Um dia, enquanto praticava este hábito, entrou no estabelecimento um grupo de jovens barulhentos que rindo, bebendo e ‘fazendo farra’, caçoou de Goethe por sua mania singular de beber. Atento às provocações, Goethe privou-se de responder verbalmente e, pedindo um guardanapo ao garçom, escreveu para os rapazes as seguintes palavras:

“Das Wasser allein Macht stumm,

das beweisen im Teiche die Fische...

Der Wein allein macht dumm,

Das beweisen die Herren am Nebentische...

Und weil ich keines von beiden will sein,

D’rum misch’ ich mit Wasser den Wein.”

A livre tradução, com alguma “licença poética” é a seguinte:

“A água em si, emudece,

isto provam os peixes no lago...

O vinho, em si, ‘emburrece’,

Isto provam os senhores na mesa ao lado...

E porque nenhum dos dois quero me tornar,

O vinho com a água continuo a misturar.”

Apesar de Goethe ter vivido a maior parte da sua vida no século XVIII, podemos identificar nessa pequena história tópicos perfeitamente aplicáveis à sociedade atual: a ignorância e impetuosidade característica dos jovens, o desrespeito e falta de consideração para com pessoas mais velhas, problema que se aplica ao mundo todo (com exceção talvez de alguns países orientais, que já desenvolveram positivamente esse aspecto cultural), e a falta de limites em momentos de lazer. Apesar de vivermos numa suposta ‘Era da Informação’, período dominado pela internet e seus benefícios onde supomos que jovens e adultos tem meios de obter informações e adquirir consciência com relação ao uso de drogas e bebidas, vemos claramente que o índice de jovens que bebem, fumam ou usam drogas não reduziu como se esperava, conservando ou talvez aumentando a freqüência que possuía há 300 anos atrás.

A única consideração que podemos fazer, é que não conhecemos a essência da personalidade dos jovens em questão e nem podemos ter certeza de como agiriam sóbrios, ou se eram adeptos à bebida. Mas, com certeza todos podemos imaginar um desfecho negativo caso uma situação semelhante aconteça exatamente hoje, levando não em consideração a educação escolar, que já seria precária, mas sim a educação moral. Observando a cordialidade nata de Goethe, e também sua inteligência fora do comum, consideramos que um comportamento pacífico semelhante ao dele não seria o adotado em nossa realidade social. A seguir, veremos uma reportagem relacionada com a conclusão acima, fazendo um paralelo atual com a história de Goethe:

PM mata guarda-civil a tiros após briga em bar

14 dezembro 2009.

Um guarda-civil de Osasco, na Grande São Paulo, foi morto no domingo (13) pela Polícia Militar depois de uma discussão em um bar. A direção da guarda disse que ele foi executado e teve 17 perfurações, mas o comando da PM afirma que os policiais agiram em legítima defesa.

Ataíde Oliva de Araújo, de 53 anos estava no bar com a mulher, e encontraram quatro jovens.

Entre eles, o filho de um assaltante morto pelo guarda há cerca de dez dias, ao tentar invadir sua casa. Houve discussão e os jovens agrediram o guarda, que reagiu sacando a arma, e atirando em direção ao chão. A PM foi chamada e teria se desentendido com o guarda.

“Dada a voz de prisão, ele resistiu e disparou contra a equipe do policial militar. Houve um revide, em legítima defesa. Foi alvejado e socorrido no hospital, mas não resistiu”, afirmou o major da PM Vagner Serafim Queiroz. A versão da Guarda Municipal é diferente.

“A esposa disse que ele não teve a mínima condição de sacar a arma. É uma grande estranheza a arma ser apresentada com três cápsulas deflagradas. O que nos causa, digamos assim, muita dúvida, no procedimento de deslocamento do guarda até o pronto-socorro”, disse Gilson Menezes, da direção da Guarda Municipal de Osasco.

Segundo a direção da guarda, foram encontradas 17 perfurações no corpo do guarda.

“Podemos confirmar que houve execução e houve um excesso da PM. Isso de uma forma muito contundente”, disse Menezes.

A PM nega. “Não há execução. Inclusive existem testemunhas dos fatos, que estão sendo ouvidas na delegacia”, afirmou o major Queiroz. A Corregedoria da PM está acompanhando a investigação da Polícia Civil.

Fontes:

v http://centraldenoticias.2u.blog.br/2009/12/14/pm-mata-guarda-civil-a-tiros-apos-briga-em-bar/

v http://oglobo.globo.com/cidades/sp/mat/2009/12/14/guarda-municipal-morto-tiros-por-pms-em-osasco-915188596.asp

05/04/2010

A Lei do Amor

" O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés são leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina - amor -, ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. [...] Disse eu que no seu início o homem não tem senão instintos, e aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que bens terrestres, levar-vos-á à gloriosa elevação; é então que, compreendendo a lei de amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.(Lázaro, paris, 1862)
O amor é de essência divina e, desde o primeiro até o último, possuís no fundo do coração a chama desse fogo sagrado. É um fato que pudestes constatar muitas vezes; o homem mais abjeto, mais vil, o mais criminoso, tem por um ser, ou por um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente, à prova de tudo que tendesse a diminuí-la, e atingindo, frequentemente, proporções sublimes. [...] Jesus disse: "Amai vosso próximo como a vós mesmos"; ora, qual é o limite do próximo? a família, a seita, a nação? Não, é a Humanidade toda. [...] Os efeitos da lei de amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão se reformar quando virem os benefícios produzidos por esta prática: não façais aos outros o que não quereríeis que vos fosse feito, mas fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que está em vosso poder fazer-lhes. "
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI v. 8 e 9)