05/04/2010

A Lei do Amor

" O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu início, o homem não tem senão instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas este sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e aniquila as misérias sociais. Feliz aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor seus irmãos em dores! Feliz aquele que ama, porque não conhece nem a angústia da alma, nem a miséria do corpo; seus pés são leves, e vive como que transportado para fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou esta palavra divina - amor -, ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. [...] Disse eu que no seu início o homem não tem senão instintos, e aquele, pois, em quem os instintos dominam, está mais próximo do ponto de partida que do objetivo. Para avançar em direção ao objetivo, é preciso vencer os instintos em proveito dos sentimentos, quer dizer, aperfeiçoar estes, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; eles carregam consigo o progresso, como a bolota encerra o carvalho, e os seres menos avançados são aqueles que, não se despojando senão pouco a pouco de sua crisálida, permanecem escravizados aos instintos. O Espírito deve ser cultivado como um campo; toda a riqueza futura depende do labor presente, e mais do que bens terrestres, levar-vos-á à gloriosa elevação; é então que, compreendendo a lei de amor que une todos os seres, nela encontrareis as suaves alegrias da alma, que são o prelúdio das alegrias celestes.(Lázaro, paris, 1862)
O amor é de essência divina e, desde o primeiro até o último, possuís no fundo do coração a chama desse fogo sagrado. É um fato que pudestes constatar muitas vezes; o homem mais abjeto, mais vil, o mais criminoso, tem por um ser, ou por um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente, à prova de tudo que tendesse a diminuí-la, e atingindo, frequentemente, proporções sublimes. [...] Jesus disse: "Amai vosso próximo como a vós mesmos"; ora, qual é o limite do próximo? a família, a seita, a nação? Não, é a Humanidade toda. [...] Os efeitos da lei de amor são o aperfeiçoamento moral da raça humana e a felicidade durante a vida. Os mais rebeldes e os mais viciosos deverão se reformar quando virem os benefícios produzidos por esta prática: não façais aos outros o que não quereríeis que vos fosse feito, mas fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que está em vosso poder fazer-lhes. "
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI v. 8 e 9)

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