27/01/2010

Santa Cruz

Eu sempre tive uma estranha sensação, toda vez que entrei no Shopping Santa Cruz. Nunca falei nada, afinal de contas, quando você se diverte e vive a presença dos amigos, as ansiedades mais sutis se perdem em meio às brincadeiras. Contudo, hoje, em uma conversa, descobri o motivo das minhas apreensões subconsicentes. O prédio em que se instala toda a rede de comércio do shopping foi construído com base de estruturas pré-fabricadas. Os pré-moldados são de maior agilidade nas obras, trazem economia dos materiais e mão de obra, e também da qualidade do concreto e armações que são calculadas e acompanhadas de perto por especialistas. Quanto mais rápido a obra estiver pronta, menores serão os gastos e mais rápido será o retorno.
Aliando o projeto ao método construtivo, podem-se ter vãos maiores, usando menos material e pés direitos amplos.
Todo esse planejamento funcionaria, como foi no caso de outras construções do tipo (Wal-Mart da Avenida Jabaquara, Tatuapé Garden II da Avenida dos Bandeirantes, etc.). Exceto pelo pequeno detalhe de que o shopping está situado sobre a estação Santa Cruz do metrô.
O materia pré-fabricado é muito útil, mas sob o efeito das trepidações da rede metropolitana perde durabilidade - o material não resiste a longo prazo. No dia 26 de fevereiro de 2007 houve um desabamento no teto do subsolo. Outros dois acidentes também já ocorreram - em março de 2006 o teto do cinema desabou e em janeiro de 2002 um bloco de gesso caiu.
A probabilidade de novos acidentes acontecerem é incalculável - somando-se a trepidação do metrô e a vibração interna (resultado da frequência de pessoas circulando pelo shopping), temos a fórmula exata para mais uma situação de risco - e dessa vez só Deus sabe a que proporção o desastre pode chegar.

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