23/01/2010

Nossa Escolha

As pessoas são muito engraçadas. As situações definem abertamente nossas atitudes.
Há algum tempo atrás, tropas foram mandadas ao Afeganistão, ao Iraque, e uma guerra matou milhares de soldados americanos, crianças e adultos afegãos, talibãs, e espectadores inocentes. Em 2009, Barack Obama recebeu o prêmio Nobel da Paz "pelos extraordinários esforços para reforçar o papel da diplomacia internacional e a cooperação entre os povos". Houve críticas a esta atribuição. Um dos motivos é o reforço de tropas norte americanas no Afeganistão, por parte dele. A culpa de ter feito mais de 20.000 vítimas desde 2001, simplesmente não existe. Afinal, a justiça está sendo feita, 11 de setembro marcou o consciente coletivo.
Hilary Clinton participa ativamente da discussão de um plano de ação para o Haiti. O detalhe é que Hilary votou a favor da Guerra do Iraque.
Numa situação como essa, é claro que a justa e generosa união americana não poderia deixar de, gentilmente, auxiliar na reconstrução de um país já tão miserável, agora em total processo de degredação.
"Há interesse do ponto de vista político, geopolítico e conseqüentemente militar. E também o interesse com relação ao próprio controle econômico, em um território onde a força de trabalho é quase uma espécie de neoescravidão". diz o site da Radioagência NP sobre o interesse americano no Haiti.
Quando convém, crueldade. Quando convém, misericórdia. Tudo bem que ninguém é só bom e ninguém é só mal, mas quando a divergência de atitude se torna tão clara de acordo com os interesses específicos, eu começo a me perguntar sobre o aspecto humano dessa cadeia: como colocar a cabeça no travesseiro de noite? Será que todos nós podemos desenvolver em nossa própria personalidade essa tendência de favorecer nossos interesses? Caso sim, será que não podemos também, tomar como exemplo, mobilizações locais e globais em catástrofes desse tipo (veja Angra dos Reis, Santa Catarina, Furacão Katrina), em que todos se unem e ajudam como podem, para acrescentar em nossas personalidades esse despreendimento e fraternidade?
Pelo visto, o mundo está sob renovação. Nunca se viu uma sequência de catástrofes grandes e pequenas tão extensa. Está na hora de escolhermos um lado, agirmos até o fim, com a firmeza de nossas convicções.
Hilary Clinton discute plano de ação no Haiti (http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u680408.shtml)

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